terça-feira, 18 de junho de 2013

Federação participa no Fórum Região de Setúbal - Desenvolvimento Económico e Criação de Emprego


Com cerca de uma centena de representantes dos mais diversos agentes económicos e sociais da Região, decorreu o Fórum “Região de Setúbal – Desenvolvimento Económico e Criação de Emprego”, promovido pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), na Biblioteca Municipal de Palmela.
 
 
O Fórum contou com a participação da Federação das Coletividades do Distrito de Setúbal no segundo painel  “A Coesão Social e o Trabalho”, com uma intervenção do dirigente associativo Carlos Branco. Intervenção onde se consideraram as coletividades como atores imprescindíveis neste processo, atuando como promotores e consumidores dos produtos da região, motivando os seus associados na defesa intransigente de toda uma região, que sempre esteve na vanguarda do desenvolvimento de forma sustentável e inovadora. Com capacidades impulsionadoras para o PIB nacional.

O Fórum apontou como fundamental “preparar a estratégia regional para o QEC – Quadro Estratégico Comum (2014-2020), integrando os contributos de todos os agentes regionais”.
 
No final do Encontro Alfredo Monteiro, presidente do conselho diretivo da AMRS, salientou a importância do debate na procura de respostas às aspirações e anseios das populações e dos atores económicos e sociais da região - “esta é uma capacidade já demonstrada pela Região” e salientou - “não abandonamos a perspetiva do desenvolvimento da Região ... e nesse sentido vamos, no quadro da AMRS, desenvolver todo o processo para, num trabalho de continuidade, evoluir o nosso Plano Estratégico de Desenvolvimento Regional (PEDEPES)… Vamos Trabalhar Juntos!”.
 
Intervenção de Carlos Branco, em representação da Federação das Colectividades do Distrito de Setúbal
Permitam-me que comece por recordar que o Movimento Associativo Popular, está em pleno período de comemorações do Dia Nacional das Coletividades e que no passado dia 31 de maio, entrámos no nonagésimo ano de vida da nossa Confederação, estamos num momento alto da vida associativa nacional e internacional. Desde o dia 15 de Maio que por todo o território nacional e mesmo no estrangeiro, estão a decorrer iniciativas onde se evidenciará a importância social e económica deste poderoso movimento.
A Vila de Óbidos, aceitou ser o epicentro destas comemorações e por isso, muito justamente, foi denominada “Capital do Associativismo”.
As iniciativas decorrem até ao próximo dia 15 de Junho, onde encerraremos as comemorações integradas na Feira Festa 2013, no Complexo da Associação Desportiva da Quinta do Conde com um convívio desportivo a nível distrital.
Em Portugal, as coletividades representam mais de trinta mil entidades com cerca de quatrocentos e cinquenta mil agentes voluntários e benévolos que são os verdadeiros impulsionadores de uma economia social, que se move indiferenciadamente entre as áreas da saúde e do lazer, passando pelas atividades culturais e desportivas. Estando espalhados por todo o território, gozam do privilégio da proximidade e da solidariedade. Ainda mais intensas quando o Estado se demite dessas responsabilidades, abandonando à sua sorte todos aqueles, que pela sua tenra idade, o que mais precisam é apoio e ensinamentos, que lhes garantam um futuro de verdadeira inclusão social. E também se descarta de toda uma geração que deixou de ser produtiva, vulgo contributiva, e agora na qualidade de beneficiários, pouco lhes resta do que a sobrevivência.
Este nicho de mercado, pode realmente vir a ser gerador de empregos, mas será necessário o apoio do poder local, na sua proximidade, quer com toda a formação que será necessário incluir em todo este processo, quer com a criação e divulgação de feiras e promoções locais de produtos desenvolvidos nas proximidades dos municípios, por associações ou artesãos.
Urge a unidade e inovação, a procura constante de novas soluções, que combatam os problemas atuais. Sendo a parceria uma das formas de união, mais importantes no meio associativo
 
Digníssima Mesa, deste 2º Painel (“A Coesão Social e o Trabalho”), Distintos Convidados,Minhas Senhoras e meus senhores, Caros Amigos e Colegas Dirigentes e Ativistas Associativos
Poderia enumerar várias possibilidades, mas realço como exemplo a ADREPES - Associação para o Desenvolvimento Rural da Península de Setúbal ou SESIBAL – Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sesimbra e Sines, onde se potenciam agricultores, produtores de carnes, pescadores, agentes culturais e autarquias. Com a possibilidade das colectividades virem a ser polos importantes de divulgação e/ou consumidores dos vários produtos regionais, avançando assim com a força da preferência em produtos da região entre os seus associados.
Noutras áreas, infantários, creches ou centros de convívio, mesmo até as cantinas comunitárias, serão certamente criadoras de emprego na vertente social. Mitigando o isolamento de idosos, que surpreendentemente com alguma frequência são encontrados sem vida dentro das suas habitações. Tudo por culpa de uma sociedade desligada e despida de sentimentos de proximidade ou afeto.
Quanto ao Estado Social, ainda estará longe a prática da saúde preventiva e atempada de forma a exercer um controlo eficaz, com exames regulares e acompanhamentos médicos de forma digna.
 
Já agora permitam-me que abra aqui um parêntesis, ao receber o convite para estar aqui, como sempre decidi fazer o trabalho de casa, para saber o que acontecia na rede social,  pesquisei o sítio na net, da segurança social: ( http://www4.seg-social.pt/a-rede-social ) o qual está abandonado e sem atualização desde (Atualizado em: 11-06-2012). Contudo fiquei a saber que:
A gestão, dinamização, acompanhamento e avaliação do Programa Rede Social é da competência do Instituto da Segurança Social.
A Rede Social surgiu num contexto de afirmação, de uma nova geração de políticas sociais ativas, baseadas na responsabilização e mobilização do conjunto da sociedade e de cada indivíduo para o esforço de erradicação da pobreza e da exclusão social em Portugal, a qual foi criada através da Resolução do Conselho de Ministros N.º 197/1997, de 18 de Novembro, sofrendo alterações em 2002 e 2006.
O movimento associativo será capaz de se regenerar, renovar, reforçar e dar um novo sentido à vida das comunidades. Seremos capazes de prevenir contra a exclusão e incluir socialmente crianças, jovens, adultos e idosos.
Por fim, em nome da Federação das Coletividades do Distrito de Setúbal, manifesto a total solidariedade para com todos os dirigentes e ativistas associativos que no dia a dia das suas coletividades, associações e clubes, se debatem com grandes e graves problemas. Certos que, tal como no passado, em cooperação, com consciência e determinação, vamos ultrapassar este momento.
Contribuiremos para uma sociedade mais justa, mais solidária, mais fraterna, mais democrática e participativa pela via da saúde, do ensino, da cultura, do recreio e do desporto. Essa sempre foi a nossa função e continuará a ser.
Viva o Movimento Associativo Popular!
 

sábado, 15 de junho de 2013

Jornada encerra comemorações do Dia Nacional das Colectividades 2013

Uma Jornada dedicada aos jogos tradicionais e outras modalidades encerrou as comemorações do Dia Nacional das Colectividades promovidas pela Federação. 

As actividades decorreram no dia 15 de Junho no complexo desportivo da ADQC Associação de Desenvolvimento da Quinta do Conde, numa iniciativa em parceria com esta colectividade e com a Feira-Festa da Quinta do Conde. Com apoios da Junta de Freguesia de Quinta do Conde e da Câmara Municipal de Sesimbra. 


 
Momentos de são convívio no mais puro espírito de cooperação e associativismo, a revelar a imprescindível importância do movimento associativo popular na dinamização do desporto e da acção lúdica.
 
Ver reportagem fotográfica aqui

sexta-feira, 7 de junho de 2013

15 de Junho - Jornada de Jogos Populares na Quinta do Conde encerra Dia Nacional das Colectividades

A Federação vai promover uma Jornada de jogos tradicionais e torneios de damas, xadrez, dominó, futebol de cinco, malha e sueca no dia 15 de Junho, no complexo desportivo da ADQC, Associação Desportiva da Quinta do Conde, numa iniciativa conjunta com esta colectividade e a Feira Festa da Quinta do Conde.

A jornada e os torneios são abertos à participação de praticantes e jogadores das colectividades do distrito de Setúbal, sendo atribuídos prémios simbólicos aos primeiros classificados. As inscrições podem ser feitas no local ou pelos telefones 963 938 977, 966 472 078 ou pelo endereço electrónico setubal.fcds@gmail.com

A iniciativa integra-se no programa que assinala o Dia Nacional das  Colectividades e que decorre entre 15 de Maio e 15 de Junho.

O Complexo Desportivo da ADQC situa-se na avenida Negreiros, Boa Água 3, em Quinta do Conde (concelho de Sesimbra) - coordenadas 38º33'10"N  9º2'16"W.

Participa e traz um amigo também!






sábado, 1 de junho de 2013

SESSÃO COMEMORATIVA DO DIA NACIONAL DAS COLECTIVIDADES

A celebração do Dia Nacional das Colectividades, 31 de Maio, foi este ano assinalada com uma sessão na Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense Os Penicheiros, numa iniciativa conjunta da Associação das Colectividades do Concelho do Barreiro, Federação das Colectividades do Distrito de Setúbal e Câmara Municipal do Barreiro.



A sessão decorreu nas amplas instalações da histórica Sociedade barreirense, dirigida por uma mesa composta representantes de autarquias locais e estruturas representativas do movimento associativo. 


Intervieram Vítor Santos (sociedade anfitriã), Júlio Dias (Junta de Freguesia do Barreiro), Maria João Porfírio (Junta de Freguesia do Alto Seixalinho), António Marques (Junta de Freguesia de Santo André), Henrique Santos (Associação de Colectividades do Concelho de Almada), Daniel Ventura (Associação das Colectividades do Concelho do Barreiro), Diamantino Estanislau (Federação das Colectividades do Distrito de Setúbal), Augusto Flor (Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto) e Carlos Humberto (Presidente do Município do Barreiro). A Associação de Colectividades do Concelho do Seixal, não podendo estar presente, fez chegar à mesa uma saudação.



Sob a perspectiva autárquica ou sob a perspectiva do movimento associativo, foram muitos os traços de convergência que resultaram das intervenções. A necessidade de reforçar as estruturas representativas do associativismo popular, destaca-se de entre elas. Foi também feito o ponto da situação relativamente às gravosas medidas que tem vindo a ser tomadas pelo Governo e que, afectando o dia-a-dia das famílias, afectam as colectividades e associações.


Na sua intervenção,  o Presidente da Federação enumerou os trabalhos e projectos que tem vindo a ser desenvolvidos nesta fase de recuperação e reactivação da estrutura distrital. Com destaque para o funcionamento da sede e suas condições operacionais, a realização de sessões de informação e esclarecimento sobre temas de interesse associativo (casos do "Manual do Dirigente Associativo" e do "Guia de Boas Práticas") e o estabelecimento de um gabinete de contabilidade para apoio às colectividades, bem como um acompanhamento mais permanente da vida da família associativa representada pela CPCCRD.

Ficou ainda um sinal de esperança na capacidade de acção e resistência do movimento associativo, recordado por vários intervenientes e sublinhado pelo Presidente da Confederação. Bem como no seu continuado papel em prol do desenvolvimento e progresso das comunidades em que se insere, onde desempenha funções amplamente reconhecidas pelas populações, frequentemente em sintonia e parceria com as autarquias locais.



Um simpático moscatel de honra encerrou a sessão, constituindo-se como um animado momento de troca de impressões entre todos os presentes. Para quem quis continuar a festa, pode ainda usufruir do programa musical que os “Penicheiros” disponibilizaram a participantes e público.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

31 de Maio Dia Nacional das Colectividades - Saudação e comemorações

A Federação das Coletividades do Distrito de Setúbal associa-se às comemorações do Dia Nacional das Colectividades, 31 de Maio, e exorta à sua celebração por todos os dirigentes e ativistas do movimento associativo popular.

As comemorações nacionais terão lugar no dia 01 de Junho, em Óbidos, enquanto as comemorações distritais decorrerão no Barreiro (ver abaixo).

Divulga-se a Saudação Nacional oriunda da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto:

SAUDAÇÃO NACIONAL


Na passagem dos 89 anos da Confederação e do Dia Nacional das Colectividades (31 de Maio), desejamos saudar todas as Federações Distritais, Associações Concelhias, Colectividades, Clubes e Associações que se inserem no Movimento Associativo Popular, os seus Dirigentes, Activistas, Associados e familiares. Saudamos igualmente os colaboradores remunerados.

Esta grande Família Associativa que conta com mais de 30.000 instituições e 425.000 Dirigentes Voluntários e Benévolos, de acordo com o INE, representa mais de 50% do total das entidades da Economia Social em Portugal e garante a cultura, o recreio, o desporto e o social a centenas de milhares de crianças, jovens, adultos e idosos por todo o país.

Somos a maior rede social do país e contribuímos decisivamente para a economia local, para a qualidade de vida dos cidadãos e para o equilíbrio emocional num período tão difícil como o que atravessamos. Somos a garantia da coesão e inclusão social pela via da prevenção. 

Não obstante os problemas que nos afectam como a falta de tempo dos dirigentes, o aumento dos custos de funcionamento, a baixa de receitas por dificuldades das famílias e a pressão das entidades inspectivas como a ATA (finanças), ASAE, IGAC, IPDJ, a falta de apoios públicos, entre outras, estamos confiantes que conseguiremos ultrapassar as dificuldades e continuar a desenvolver e reforçar o Movimento Associativo.

A Confederação Portuguesa das Colectividades, agora renovada e rejuvenescida com os Órgãos eleitos a 6 de Abril, está em perfeitas condições de responder a todos os desafios do momento e do futuro. Temos projectos e propostas para todas as áreas de intervenção associativa. Temos parcerias com entidades públicas e privadas, diversificando a nossa intervenção e resposta. Temos serviços associativos de qualidade e proximidade.

A nossa inclusão no CND – Conselho Nacional do Desporto e CNES – Conselho Nacional da Economia Social, dão-nos maior visibilidade e responsabilidade. Estamos nestes organismos por mérito próprio e, estando no caminho certo, estamos do lado certo da vida.

De 15 de Maio a 15 de Junho, no país e no estrangeiro, estamos a comemorar o Dia Nacional das Colectividade e os 89 anos da Confederação pelo que todas as iniciativas que se realizem neste período, podem e devem ser enquadradas nestas comemorações.

A todos os que de alguma forma estão ligados ao Associativismo Popular, agradecemos o seu empenho e desejamos os maiores êxitos e felicidades pessoais.

Viva o Dia Nacional das Colectividades!
Viva o Movimento Associativo Popular!

COMEMORAÇÕES NACIONAIS EM ÓBIDOS

Com o apoio da Câmara Municipal de Óbidos, as Comemorações Nacionais decorrerão na bela vila de Óbidos, no dia 1 de Junho,

10,00h/12,30h -Jogos Tradicionais dedicados às crianças e jovens. Local: Praça de Santa Maria.

15,30h/18,00h – Sessão Comemorativa do Dia Nacional das Colectividades e 89º Aniversário da Confederação. Local: Auditório Municipal “Casa da Música”. A Sessão Comemorativa será preenchida com a atribuição de Distinções e Galardões a personalidades e entidades públicas e privadas, intervenções de Convidados e apontamentos culturais a cargo de Os Gaiatos da Vila – Teatro; Cláudio Rodrigues – Poesia e da Orquestra Ligeira da Sociedade Filarmónica e Recreativa Gaeirense.


COMEMORAÇÕES NO DISTRITO DE SETÚBAL - SESSÃO NO BARREIRO

As comemorações no distrito de Setúbal estão concentradas no concelho do Barreiro, num programa promovido pela Associação das Colectividades do Concelho do Barreiro, Federação das Colectividades do Distrito de Setúbal e Câmara Municipal do Barreiro.
Sessão Solene - 31 de Maio de 2013, pelas 21h30, na sede da Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense Os Penicheiros (Rua Almirante Reis, nº 66, Barreiro).


JORNADA DE JOGOS TRADICIONAIS E OUTROS DESPORTOS EM QUINTA DO CONDE

A Federação, em colaboração com a ADQC e a Feira Festa Quinta do Conde, promovem no dia 15 de Junho, o complexo desportivo da ADQC (Quinta do Conde) uma JORNADA DE JOGOS TRADICIONAIS PORTUGUESES E TORNEIOS DE DAMAS – XADREZ – DOMINÓ - FUTEBOL CINCO – MALHA – SUECA



Divulga e participa!

sábado, 20 de abril de 2013

Assembleia Geral da Federação



Realizou-se a 20 de Abril a Assembleia Geral da Federação das Coletividades do Distrito de Setúbal, tendo por principais pontos a discussão e aprovação do Relatório e Contas de 2012 e o Plano de Atividades e Orçamento para 2013.

O Plano aprovado para o ano corrente contempla capítulos dedicados à organização interna, serviços administrativos, informação e divulgação, formação de dirigentes associativos, relações institucionais, candidaturas, sede, gabinete de contabilidade para o movimento associativo, atividades culturais, desportivas e recreativas e gestão financeira da Federação.
Durante a assembleia foram debatidos diversos aspetos de interesse para o movimento associativo popular e para a Federação. A Assembleia aprovou ainda um voto de louvor pelo desempenho da Direção no ano 2012.
Pelo direito e pelo dever de cultura, desporto e bem-estar social !
A Assembleia aprovou ainda uma moção sob o título "Pelo direito e pelo dever de cultura, desporto e bem-estar social!" que, pela sua atualidade e interesse, se reproduz aqui na íntegra.

A Federação das Coletividades do Distrito de Setúbal, na qualidade de representante do Movimento Associativo Popular do distrito, é promotora deste documento de contestação pelas políticas impostas pelo governo ao País.

Tais como a destruição e perversão do princípio de serviço público; estrangulamento financeiro; desmantelamento, redução e desqualificação de serviços; centralização e agregação burocrática de instituições; mercantilização: as políticas de agressão à Cultura seguidas pelos últimos governos criaram uma situação insustentável.

O Estado gerou uma estrutura ineficiente e enfraquecida, em diversos aspetos irracional, que colocou serviços e instituições à beira da paralisia e do colapso, situação que a chamada “austeridade” tudo impõe e agravara brutalmente.

A situação de estrangulamento financeiro, que já colocara o orçamento para a Cultura muito abaixo do nível da subsistência, agrava-se com novos cortes agora sob a bandeira da “austeridade” imposta pela troika, que na cultura não destrói só o que existe, destrói o que fica impedido de existir. A criação contemporânea, os apoios aos teatros nacionais e ao cinema encaminham-se para uma ainda maior desresponsabilização do Estado e para a simples entrega aos mecanismos do mercado. Em cada ano, centenas de projetos valiosos são administrativamente adiados ou inviabilizados, centenas ou milhares de criadores e outros trabalhadores da cultura veem a sua atividade cerceada e frustrada, a área cultural tende a ser inteiramente colonizada, sem alternativa, pelos produtos mercantis, rotineiros e homogeneizadores das indústrias culturais.

Para o Governo e a troika, a Cultura situa-se no plano de um adereço da sociedade ou de um privilégio das elites. Para nós, que afirmamos que esta crise não tem saída democrática sem a intervenção determinante dos trabalhadores e do povo, a Cultura deve assumir um papel central. A Cultura enquanto serviço público que assegura o direito de todos ao acesso, à criação e à fruição cultural. A Cultura, elemento central na formação da consciência da soberania e da identidade nacional, dialogando, de igual para igual, com toda a cultura de todos os povos do mundo. A Cultura, com o seu imenso potencial de criação, liberdade, transformação e resistência. A Cultura que, tal como a emancipação do trabalho, é parte essencial do património do futuro.

O processo contemporâneo de construção e ação política caracteriza-se, cada vez mais, pelo envolvimento de múltiplos agentes, e não se restringe, somente, às autoridades governamentais e seus representantes, isto é, às organizações governamentais. A formação de associações pode assumir-se como uma possibilidade efetiva de grupos de cidadãos lutarem e afirmarem a sua identidade. As organizações de tipo associativo são o eixo nuclear de qualquer política de desenvolvimento, na medida em que constituem um pilar decisivo na construção de solidariedades, são a expressão de uma forma de vida em comunidade, que favorece o exercício da democracia e da cidadania. As associações voluntárias, movidas por fins e metas que não se traduzem na obtenção de lucro, geralmente englobam, na sua estrutura, a presença de voluntários, que se mobilizam para concretizar fins sociais.

As coletividades assumem uma importância social, cultural, política e económica bastante significativa. Por não aceitar a filosofia consumista e economicista dominante, como forma de regular a actividade e a intervenção dos seus protagonistas no interior das sociedades, o movimento associativo ainda não viu devidamente reconhecido o contributo essencial que fornece, nem vislumbra nos poderes instituídos uma atitude que lhe permita aumentá-lo substancialmente não lhes reconhecendo as funções sociais desempenhadas por este movimento.

É nesses termos que afirmamos: da mesma forma que o programa da troika conduz a economia ao desastre e o país à ruína, a política cultural que agora ainda se agrava ameaça a catástrofe num sector já em profunda crise com a asfixia financeira, com a inteira demissão do Estado em relação aos objetivos de desenvolvimento e democratização de que a Constituição o incumbe. O tempo de pôr fim a este rumo de desastre é o tempo de hoje. Tempo de protesto e de recusa. Tempo de mobilização de toda a inteligência, de toda a criatividade, de toda a liberdade, de toda a cólera contra uma política que chama “austeridade” à imposição de um brutal retrocesso histórico em todas as áreas da vida social. Defender a Cultura é uma das mais inadiáveis formas de fazer ouvir todas as vozes acima do medíocre ruído dos “mercados”. Manifestamo-nos EM DEFESA DA CULTURA. E agiremos em conformidade.

Federação das Coletividades do Distrito de Setúbal, em Assembleia Geral de 20 de abril de 2013.

domingo, 7 de abril de 2013

Movimento associativo popular reúne em Congresso da Confederação

Uma delegação da Federação participou no Congresso da CPCCRD Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Deporto, que incluiu a eleição dos corpos sociais para o triénio 2013-2016. Congresso e eleição tiveram lugar no dia 6 de Abril no auditório do Montepio, em Lisboa.

Aspeto geral na abertura dos trabalhos
Da eleição, realizada durante o período da manhã, resultou a renovação e o rejuvenescimento dos órgãos sociais da Confederação. Mantém-se, respetivamente como Presidentes da Mesa do Congresso e da Direção, os companheiros Francisco Barbosa da Costa (Associação Desportiva e Cultural de Santa Isabel, de Vila Nova de Gaia) e Augusto Flor (Sociedade Filarmónica Incrivel Almadense, de Almada). Rosa Maria Martins Ferreira Batista (Grupo Instrução e Sport, de Figueira da Foz) assegura a presidência do Conselho Fiscal. O Conselho Nacional vê também renovada parte muito significativa dos seus 39 membros.

Mesa que conduziu os trabalhos
O Congresso abriu os seus trabalhos com a análise e aprovação de uma proposta de alteração ao Regulamento Geral Interno, “considerando a a necessidade de agilizar a tomada de posse dos Órgãos Sociais eleitos em Congresso, possibilitando que esse acto se possa verificar logo após a declaração dos resultados definitivos (…)”

Programa de ação para 2013-2016

O programa de ação para o triénio 2013-2016 que suporta os novos Corpos Sociais foi objeto de apresentação. Um programa ambicioso a merecer leitura atenta, que se inicia como o diagnóstico da situação nacional do movimento associativo popular e de que destacamos as seguintes áreas:

Projetos e programas des resposta às necessidades actuais do MAP: 1. Espaços Museu Associativo; 2. Rotas do Associativismo; 3. Jogos tradicionais; 4. Agita Portugal; 5. Programa de Empreendorismo Jovem Associativo; 6. Portal Mais futuro e Portal da economia social; 7. Animar as zonas históricas; 8. Mão na mão – vamos associar; 9. Formação e qualificação; 10. Plano Nacional de comunicação e visibilidade associativa; 11. Bens e Serviços prestados às filiadas; 12. Espaço museu, biblioteca e centro de documentação da Confederação, 13. Dia nacional das coletividades e aniversário da Confederação; 14. Hino da Confederação.

Delegação da Federação ao Congresso.
O documento avalia ainda importantes aspetos da vida do MAP e do relacionamento da Confederação: a estruturação associativa, a sustentabilidade financeira do MAP e as suas relações com outras famílias associativas (formais e informais) e a internacionalização da Confederação.

O Congresso apreciou e aprovou, por unanimidade, uma Resolução Associativa com o título “Milhares de Coletividades em Risco de Encerrar! IVA, IMI, Lei do arrendamento, faturação eletrónica põem em causa sustentabilidade da MAP!”. Do debate realizado ficaram bem patentes os principais problemas que afetam a generalidade do MAP inventariando-se nesta Resolução cinco dos principais problemas e as propostas da Confederação para a sua resolução.

A importância da economia social no contexto social

O Congresso incluiu a intervenção da Drª Cristina Ramos (Instituto Nacional de Estatística) sobre a “Conta Satélite da Economia Social 2010 e Inquérito ao Trabalho Voluntário 2012”, trabalho promovida por aquele instituto e apresentar oportunamente.  A criação desta Conta pelo INE reflete o reconhecimento estatístico das “instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias”, universo em que o MAP se insere.

Drª Cristina Ramos (INE) apresenta a "Conta Satélite da Economia Social 2010 e Inquérito ao Trabalho Voluntário 2012"
Aqui se refletiu também sobre o impacto das diversas famílias da economia social – cooperativas, mutualidades, associações, fundações e misericórdias – na economia nacional, seja na criação de emprego, no valor acrescentado bruto, ou noutros indicadores económicos. Dados provisórios apontam o peso da economia social em 2,8%.

“Liderança Comunitária – Estudo Colaborativo com Dirigentes Associativos”

José Ornelas, professor associado do ISPA-IU apresentou   “Liderança Comunitária – Estudo Colaborativo com Dirigentes Associativos” obra de que é co-autor e coordenador conjuntamente  com Teresa Duarte, Tiago Seixas, José Jerónimo, Artur Martins, Cátia Matos, Deolinda Nunes, Faustino Varela e Luís Costa. Obra de temática cara ao movimento associativo – a liderança nas associações e nas comunidades.


Este trabalho, inspirado na teoria da investigação colaborativa, foi produzido por uma equipa constituída por investigadores do Centro de Investigação e Intervenção do ISPA – Instituto Universitário e dirigentes da CPCCRD.

O estudo proporciona-nos “uma informação complexa e diversificada para a compreensão das potencialidades, dos conhecimentos e das necessidades dos atuais dirigentes associativos (…) bem como contribuir para a identificação de conjunto de iniciativas de formação, estudos e investigações futuras (…)

Equipa responsável pela obra.
A obra foi publicada no âmbito de uma parceria entre a CPCCRD, o ISPA-IU, a Fundação Calouste Gulbenkian e o Montepio. A não perder.

O Congresso e a eleição constituíram importantes momentos de debate de ideias e definição de estratégias com vista ao fortalecimento do movimento associativo popular e das suas estruturas representativas - Confederação, federações distritais, associações concelhias e coletividades-elo.