A Federação
assinalou o 21.º aniversário da sua fundação com um programa de atividades que
decorreu no dia 27 de Janeiro na sede do Vulcanense Futebol Clube, em Alcochete.
A efeméride
foi marcada pela realização de uma conferência-debate e uma sessão solene com entrega de galardões associativos a personalidades e coletividades, sendo
pontuada por momentos de poesia e dança. Também o cinquentenário do 25 de Abril e o centenário da CPCCRD, Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, que este ano se comemoram, foram objeto de atenção e evocação ao longo da jornada.
O programa contou
com a presença de dirigentes associativos de coletividades de diversos pontos do distrito, associações
concelhias de coletividades, Confederação, Federação Portuguesa dos Jogos
Tradicionais, autarcas em representação de juntas de freguesia e câmaras
municipais e deputados dos grupos parlamentares do PCP e PS
Conferência
debate “Passado, Presente e que Futuro para o Movimento Associativo?”
Os trabalhos
foram iniciados com uma conferência que teve por tema “Passado, Presente e que Futuro
para o Movimento Associativo?”, a cargo de Augusto Flor, antropólogo e antigo
Presidente da Direção da CPCCRD e Sérgio Pratas, jurista e atual Presidente do
Conselho Jurisdicional da CPCCRD, ambos investigadores e experimentados dirigentes
associativos. Sessão moderada por Carlos Anjos, da Federação.
Augusto Flor
historiou e caracterizou o desenvolvimento do movimento associativo ao longo
das últimas seis décadas, tendo por marcos iniciais as circunstâncias criadas
pela guerra colonial e o 25 de Abril de 1974 e as dinâmicas então criadas
em que avultam a abertura de novas áreas de ação (sindicatos, partidos, movimentos
de moradores); os grandes congressos de Almada (1993) e Loures (2003), os novos
contextos socio-laborais resultantes da adesão à CEE, a par das formas como as
estruturas representativas do associativismo popular, nomeadamente a então Federação,
posteriormente Confederação, CPCCRD, foram evoluindo e adotando novas formas
organizativas. Ao longo de cerca de uma hora o palestrante abordou os mais
diversos pontos que caracterizam as profundas alterações registadas até à
atualidade, sempre acompanhado com atenção e interesse pelo publico
presente.
Sérgio
Pratas abordou questões mais viradas para o presente e os novos desafios do movimento
associativo, nomeadamente a necessidade de os pensar por forma a que o MAP
continue a ser um ator com capacidade de ação e de realização no futuro. Abordou questões
hoje relevantes como o envelhecimento ativo, a importância do trabalho em parceria, nomeadamente
com as autarquias locais e outras coletividades. Também a capacitação dos dirigentes
associativos, preparando-os para as novas questões, é um importante tópico. O desafio da
democracia, a necessidade de aprender e vivenciar a democracia e o cumprimento
dos seus princípios foram objeto da reflexão de Sérgio Pratas; caso do necessário
incremento da participação de jovens e mulheres nos órgãos sociais das
coletividades, a participação em assembleias gerais, num esforço em que apelou ao ao trabalho visando o estabelecimento de uma Cultura Integral, conceito desenvolvido por Bento de Jesus Caraça.
No período
de debate suceder-se-iam as intervenções do pública trazendo também à liça outras
questões que preocupam o movimento associativo nos dias presentes: a
necessidade de reforçar o papel das mulheres, a dificuldade de manter o interesse
dos jovens como dirigentes, o fenómeno das empresas “encapotadas” como
associações, os desafios do digital (como o e-gaming), das redes sociais e dos fenómenos
da associação online. O tempo disponível acabaria por se revelar escasso
para a amplitude do debate suscitado.
Sessão
solene comemorativa
A sessão
solene comemorativa do 21.º aniversário da Federação foi dirigida por uma mesa de honra que integrou os presidentes da Assembleia Geral, João Narciso (Sociedade
Musical Sesimbrense) e da Direção da Federação, Diamantino Estanislau (Sociedade
Filarmónica Perpétua Azeitonense), António Félix (Vulcanense FC), Sérgio Pratas (CPCCRD), Armando Paixão (Junta
de Freguesia de Alcochete) e Maria de Fátima Soares (Câmara Municipal de
Alcochete).
Sucederam-se
as intervenções dos membros da mesa no sentido de congratular a Federação pelo trabalho realizado,
chamando a atenção para a importância do trabalho realizado pelas coletividades.
O Presidente
da Direção da FCDS apresentou uma resenha do trabalho realizado pela Federação nos últimos anos, acentuando a importância da colaborações e parcerias com a CPCCRD, FPJT e algumas autarquias
locais, agradecendo a presença dos dirigentes associativos presentes e de representantes
de estruturas associativas e autarquias
Após as intervenções
dos membros da mesa suceder-se-iam intervenções do público presente em representação
de coletividades, associações concelhias de coletividades, outras estruturas federativas e autarquias congratulando
a Federação e dando voz a questões e temas de interesse para o movimento
associativo popular.
Atribuição
de galardões associativos
Integrada na
sessão solene teve ainda lugar a cerimónia de entrega dos galardões associativos a personalidades e associações que a Federação entendeu merecedoras de reconhecimento (ver abaixo). Durante a sessão foram lidas as respetivas biografias resumidas:
Sociedade Imparcial 15
de Janeiro de 1898
Mérito Associativo
Sérgio Manuel Pratas
Instrução
e Arte
Rádio Popular FM
Comunicação
Social
Pedro dos Santos Afonso
Valor e Exemplo
Associação de
Coletividades do Concelho do Seixal
Reconhecimento e Homenagem
António
Manuel Félix Rodrigues
Reconhecimento e Homenagem
Maria Odete Santos
(a
título póstumo)
representada por seu filho Rui Costa
Instrução e Arte
Poesia evoca o 25 de Abril
Decorrendo esta jornada também sob a égide do 50º aniversário do 25 de Abril de 1974, o programa incluiu a declamação de poesia em três momentos, a cargo de Alexandrina Pereira e Diamantino Cabrita, dirigentes da Federação. O primeiro desses momentos foi dedicado ao poeta alcochetano Constantino Menino, com o seu poema "Minha Dor, Meu Poema"; No segundo momento foram declamados "Abril", de Alexandrina Pereira, "Fábrica", de José Carlos Ary dos Santos, "Abril de Sim, Abril de Não" e "Abril de Abril", ambos de Manuel Alegre; no último desses momentos foi dito a duas vozes o poema "As Portas que Abril Abriu", de José Carlos Ary dos Santos.
A jornada encerraria com uma apresentação
cultural a cargo das Sevilhanas Rocieras de Alcochete e os parabéns e bolo de
aniversário.
A Federação regista
e agradece a colaboração da CPCCRD Confederação Portuguesa de Coletividades de
Cultura, Recreio e Desporto, Vulcanense Futebol Clube (Alcochete), Junta de Freguesia de
Alcochete e Câmara Municipal de Alcochete.
Texto CA
Imagens CA, MG e HS